quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Coluna de quintas feiras: Papo sério!


 Intuitivamente, as mães utilizam a música para acalmar seus bebês, embalando-os com uma canção de ninar. A música nesse período do desenvolvimento do bebê é importante, pois além de servir de estímulo ao sono ainda serve para o seu entretenimento. (ILARI, 2002).  Além disso, algumas mães cantam de maneiras muito particulares aos seus bebês, geralmente com a finalidade de demonstrar amor e afeto. Segundo Ilari (2005), o desenvolvimento cognitivo-musical normalmente está associado a diversas funções psico-sociais como comunicação, inclusive a emoção, entre crianças e adultos.

Existem canções de ninar e de brincar e um dos fatores que diferenciam uma da outra é o andamento. Canções de brincar são geralmente mais rápidas, pois servem para estimular brincadeiras, contendo em suas letras jogos de palavras e sugestões de movimentos, auxiliando a percepção auditiva, a coordenação motora, a sociabilidade, a linguagem e a musicalidade do bebê. Já as canções de ninar são geralmente mais lentas, pois servem exclusivamente para acalmar o bebê e estimular o sono (ILARI, 2002). Considerando a relevância destes momentos, é necessário que as aulas de musicalização possam incluir momentos de brincadeiras e momentos de relaxamento.

Os bebês apresentam preferência, isto é, reação diferenciada, por sons graves entre o terceiro trimestre de gravidez ao terceiro mês de vida pós-natal. A partir do sexto mês mostram preferência aos sons agudos. E é só a partir dos dois anos de idade que há um equilíbrio na percepção dos sons agudos, e o bebê ouve de maneira semelhante a um adulto com audição normal (ILARI, 2002).

Sendo assim, fica claro que os bebês são ouvintes competentes e que a música é importante para o seu desenvolvimento e estas competências musicais infantis começam a ser exploradas nos programas de ensino de música para bebês. Segundo Feres (1998), as aulas de musicalização têm vários objetivos, tanto musicais quanto de socialização, estímulo à fala, ligação afetiva entre as crianças e seus responsáveis, entre outros.  O processo de musicalização começa espontaneamente e de forma intuitiva por meio de contatos com sons cotidianos, incluindo sons musicais.

 Com isso, o que podemos dizer às mamães? Música é vida; é movimento e emoção cotidiana. Não deixe de estimular seus filhos a conhecer esse universo único e especial, venha conhecer nosso trabalho e se surpreenda com os resultados.

Fontes citadas:
FERES, Josette S. M. Bebê, música e movimento. Jundiaí, SP: J. S. M. Feres, 1998;

ILARI, Beatriz. Bebês também entendem de música: a percepção e a cognição musical no
primeiro ano de vida. In: Revista da ABEM, Porto Alegre, 2002. Pp. 83-90;

ILARI, Beatriz. A música e o desenvolvimento da mente no início da vida: investigação, fatos
e mitos. In: Anais do 1º Simpósio Internacional de Cognição e Artes Musicais. Curitiba, 2005.
Pp. 54-62;

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